(Mosteiro dos Jerônimos)
Em que distância de ontem te modulo,
mundo de relativos compromissos?
Novas larvas e germes em casulo,
novos santos e monges e noviços.
Não máscaras nos olhos. Nem simulo.
Eu era pião, já vão evos mortiços
naquele calendário agora nulo,
com seus cerimoniais de escuros viços.
Recordas-te do afim, teu rei colaço?
Lembras-te dele em queda? Céus dos dias
com luzeiros – incêndios, lumes de aço.
E tu, grande Lusbel, guia dos guias
para reinar perdeste-me também
a mim que fui o espelho em que te vias.
***
Sinto-me salivado pelo Verbo,
rodeado de presenças e mensagens,
de santuários falhados e de quedas,
de obstáculos, de limbos e de muros.
Furo as noites e vejo-te, Solstício,
ou recolho-me ao âmago das coisas,
renovo um sacrifício expiatório,
lavo as palavras como lavo as mãos.
Esta é a zona sem mar e sem distância,
Solidão, sumidouro, barro-vivo,
barro em que reconstruo sangues e vozes.
Não quero interromper-me nem findar-me.
Desejo respirar-me no Teu sopro,
aparecer-me em Ti, continuado.
Em que distância de ontem te modulo,
mundo de relativos compromissos?
Novas larvas e germes em casulo,
novos santos e monges e noviços.
Não máscaras nos olhos. Nem simulo.
Eu era pião, já vão evos mortiços
naquele calendário agora nulo,
com seus cerimoniais de escuros viços.
Recordas-te do afim, teu rei colaço?
Lembras-te dele em queda? Céus dos dias
com luzeiros – incêndios, lumes de aço.
E tu, grande Lusbel, guia dos guias
para reinar perdeste-me também
a mim que fui o espelho em que te vias.
***
Sinto-me salivado pelo Verbo,
rodeado de presenças e mensagens,
de santuários falhados e de quedas,
de obstáculos, de limbos e de muros.
Furo as noites e vejo-te, Solstício,
ou recolho-me ao âmago das coisas,
renovo um sacrifício expiatório,
lavo as palavras como lavo as mãos.
Esta é a zona sem mar e sem distância,
Solidão, sumidouro, barro-vivo,
barro em que reconstruo sangues e vozes.
Não quero interromper-me nem findar-me.
Desejo respirar-me no Teu sopro,
aparecer-me em Ti, continuado.
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