Frisson à Rilke
Que o Tempo não refute nunca
o rastilho prisioneiro e perplexo
do Amor
pois o sangue - motor da vida- pulsa
rarefeito
no apelo escondido dos Astros
a debilitar o indispor do mundo
que arrasta o azul sobre o branco:
o ar puro da felicidade
Somente o Amor filtra a ofensiva
da amargura em qualquer coração
e derrama o inusitado sobre o rosto
a orvalhar a eviternidade
e a apreender o martírio de tédio
que deslumbra
a existência sufocante
em recatos de sabedoria enevoada
O Clarão da Existência
Como enramar-me de felicidade
se o campo, a flor, o riso...
e o descontentamento
e a sombra do tempo
e as estrelas se assomam
sob o canto e o silêncio
sobre a vida
e a renúncia
sobre uma pluma
em relâmpagos
a luz
existir em tua ausência
na morada da minh’alma
exânime
Ai bárbaro destino
como mondar a tristeza
que me perece e me amarga
tanto...
Como?
Balada do Fim
Grande inspiração da existência
Musa da crença viva
invade-me agora um vazio
irreparável e nostálgico
Não foi bastante o amor
pois o canto parte sozinho
às lagrimas de sangue
Escrevo por acreditar
que o mundo é mutável
que os pássaros voam
e o destino é incerto
Mais tarde a noite é metálica
na compleição poderosa
do deserto firmamento
Sobras do Crepúsculo
Será sempre teu encosto
meu peito
e o coração clama em ânsias
e pranto
e repugna-me ao calor
de longos beijos
durante os dias e as noites
infinitas
imensas aos olhos do sonho
Como voltar na bruma?
se a mulher é pluma
no consumo atemporal
da aurora
durante os dias e as noites
infinitas
imensas aos olhos do mundo
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