sábado, 24 de setembro de 2011

SÔNIA BRANDÃO: POEMAS

(Ismael Nery)





LABIRINTO

A noite é um labirinto de pedras.
As palavras se quebram em minha boca.
Um grito, dentro do peito.

Recolho-me no umbigo da dor
mastigando o pão da morte.



SONHO

Sonharemos no sono da morte?


ENIGMA

Difícil é aprender o silêncio da pedra.


CASA VELHA


Quantas coisas viram tuas janelas
e os olhos que nelas se debruçavam.
Olhos que viam o dia nascendo e a névoa
como uma coberta sobre a serra,
viam as flores dançando lá fora,
viam a noite, a lua convidando a amar.

Esses olhos e tuas janelas
se fecharam para sempre.

Hoje, apenas os fantasmas te habitam.


APRENDIZADO


Não te espante o meu silêncio:
estou aprendendo a morrer.


PRECE

Devolva-me, Senhor, as palavras.
Talvez eu as compreenda e me salve.

3 comentários:

  1. Obrigada, Hilton.
    É gratificante ver poemas meus postados novamente aqui no seu belo blog.
    Desculpe-me por não ter comentado as suas postagens anteriores. Não tenho comentado mas tenho visto sempre.

    Um grande abraço.

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  2. Sônia,a honra é toda do Poesia Diversa! Admiro sua escrita. Um abraço.

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  3. Olá Hilton,
    também eu gosto muito da poesia de Sónia Brandão.Poemas de rara beleza, que vou acompanhando no blogue "O Pássaro Impossível".
    Obrigada e um beijinho para si.

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