quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

UM POEMA DE CLAUDIO DANIEL


SILÊNCIO

para Duda Machado

A pedra;
o que não diz
em sua epiderme,
sua opaca tessitura
de areia e indiviso
tempo; a pedra –
(digo) (a não voz)
o silêncio em tuas
pupilas de pálida
lua, como chama
que se adensa
(mudez de sombra,
solilóquio de água
imóvel, em cisterna
ressecada); e então,
as palavras.

Do livro Figuras metálicas. Ed. Perspectiva

2 comentários:

  1. E como diz, a pedra. Bruta, rolada, esculpida ou lapidada. Todas elas falam.

    Lindo este poema do Claudio, Hilton.

    Abraços!

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  2. Nydia, o Claudio é um grande poeta. Sempre me aconselho com ele sobre escritores, além da própria escrita. Um abraço.

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