sábado, 16 de janeiro de 2010

ENTREVISTA COM O ARTISTA PLÁSTICO EDUARDO FIEL



1- Como ocorreu seu contato inicial com as artes plásticas?

Bem, desenho desde sempre. Meu primeiro contato com óleo sobre tela foi em 1996 mas profissionalmente em 1999.

2- Fale sobre a estética realista que você apregoa em sua obra.

Penso que a estética no realismo é orientada pelo bom senso. Para mim, a estética, a técnica e o contexto são imprescindíveis tanto no processo criativo quanto na produção artística.

3- O que é arte para Eduardo Fiel?

Arte é uma oportunidade. Oportunidades são presentes, são dádivas em qualquer lugar, em qualquer tempo. A oportunidade é um poder transformador, ascendendo uma luz de significado no mero existir. Não é algo que se possa desperdiçar.

4- Fale sobre a temática do nu em suas telas.

Nu feminino com sobreposições de releituras de grandes artistas em diferentes áreas do corpo. Uma série de quadros que teve início em 2004.

5- Em um país como o Brasil, onde a questão da sensualidade é explorada muitas vezes de forma banal, o que faz com que a dimensão do nu explorada por você em suas telas torne-se uma manifestação artística?

A nudez que eu abordo é a condição humana. A temporalidade do existir sentida na pele, da ponta dos pés aos fios de cabelo. É, com efeito, uma nudez que convida o observador a se “despir de preconceitos” e ao despertar da consciência sobre a verdade nua do que somos feitos.

6- Quais são suas influências nas artes plásticas?

Tento estar acordado para tudo. Isso é um exercício realista. Mas ouço algo como New Order, U2, The Smiths enquanto reflito sobre Bouguereau em dias nostálgicos, Blues enquanto me aconselho com Caravaggio em noites circunspectas, jazz com Ingres para uma happy hour, um Pablo pop para abstrair. Todos têm sua hora e lugar. Influência é uma combinação de fatores em um horizonte de eventos.

7- Como você vê o atual panorama das artes plásticas no Brasil? Quais nomes você destacaria?

O Brasil é um labirinto cultural. A arte desenvolve-se dentro do possível segmentada e em diferentes direções. Gerar mais oportunidades seria um bom começo para artistas se destacarem segundo seus méritos e suas propostas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário