PASSAGEM
apenas isto: uma luz
que nos deixasse,
um sopro, algo
leve, imperceptível
até e, após,
um silêncio, um silêncio
tão profundo
que, dentro, ouvíssemos
um tambor, a própria
terra (agora posta
em corpo, agora
percutindo nos ossos,
em nosso corpo)
isto apenas
e o esquecimento
dos dias, a treva
consumida em treva
e assombro e cal,
nenhuma carta,
nenhum aceno,
somente o manto
escuro desses seixos
e o sigilo sob a terra
que fugia
Poema do livro Quaradouro. Ed. Nankin
apenas isto: uma luz
que nos deixasse,
um sopro, algo
leve, imperceptível
até e, após,
um silêncio, um silêncio
tão profundo
que, dentro, ouvíssemos
um tambor, a própria
terra (agora posta
em corpo, agora
percutindo nos ossos,
em nosso corpo)
isto apenas
e o esquecimento
dos dias, a treva
consumida em treva
e assombro e cal,
nenhuma carta,
nenhum aceno,
somente o manto
escuro desses seixos
e o sigilo sob a terra
que fugia
Poema do livro Quaradouro. Ed. Nankin
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