Acordou com ele, mesmo no centro da testa. Enorme, profundo, esverdeado nas bordas, o que seria aquilo? "São as tuas maldades" disse-lhe a mãe, o rosto enrugado de tanta preocupação. Não se considerava um menino de coro, nem sequer a idade lho permitia, e deixava-se levar por chamamentos maliciosos, jurados até à morte entre o grupo, na penumbra do velho castanheiro. Ninguém desconfiaria daqueles rapazes, tão educados, tão prestativos, tão amigos dos mais velhos. Considerou aquela maldita reentrância, um aviso sério, e sem efeito, o assalto à cerejeira do vizinho Manel. Teria mais cautela, senão, no dia que aquilo rebentasse, ver as suas ideias espalhadas por todo o lado, feitas tinta permanente escorrendo das paredes, seria demasiado para ele. Até que numa noite, em que um lume forte lhe queimava as entranhas, desesperado, levou as mãos à cabeça, e no mesmo instante, todo o fogo se extinguiu. "Demasiado lógico", disseram os amigos, "fogueiras de amor, deves guardá-las mais abaixo, a meio do peito."
E foi assim, que o rapaz descobriu, que aquele vácuo, enorme e profundo, onde instantaneamente, morriam todas as chamas, se chamava, razão.
Simplesmente adorei o blog.
ResponderExcluirDe um charme, elegância e bom gosto sem igual nas entrevistas, nos textos e no designer. Descobri o blog na sua entrevista com Claudio Daniel no site Germina. Parabéns.
Gostaria de convidá-lo a visitar meu blog
http://emaranhadorufiniano.blogspot.com
E o de meu grupo de Pó de Poesia
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E minha page no Overmundo
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Abrçs
Prezado Márcio, muito obrigado pelas palavras. Fico feliz por encontrar o blog via Germina, uma ótima revista onde tenho também publicado poemas. O poeta Cláudio é um mestre. Vou visitar seu espaço literário. Tenha certeza. Esteja sempre presente. É uma honra! Abraços
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