sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A SERENIDADE DA PALAVRA: HAICAIS DE LÍRICA


água da manhã

fim de tempestade

caminho no silêncio

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ventania sem flor

sombra na montanha

sonho incolor

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planície líquida

manhã dourada

história de sal

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trilhas de silêncio

areia de mandala

lótus que floresce
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estrela d'água

areia que cintila

gota de mar azul
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nenhuma nuvem

imensidão azul

borboletas e jasmim
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neve que cai

janelas de inverno

cerejeiras sem flor
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no interior do mundo

na dança da escuridão

"estátua de gelo"
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montanha escondida

luar que vai embora

céu de tempestade
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em dia de verão

canta o canarinho

na varanda do sonho
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folhas pálidas

contas de orvalho

fantasia de outono
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no sol da manhã

cantando

sabiá de primavera
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papel de seda

palavras mágicas

música de passarinho
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em tule e cristal

água de flor

matizes de prata
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névoa na colina

cerejeiras de luz

céu que desperta
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pés descalços

crisântemos amarelos

montanha ensolarada

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canto de rouxinol


água de riacho


luz de primavera

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voo de andorinha

planícies de alfazema


histórias sem fim

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brinquedo de menino


desenhos de giz


dia de verão dourado

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flor de laranjeira

doce açucarado


lembrança de menina

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caminho do meio


história de amor


coração de cristal

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raios e trovões


chuva que não para


lago que transborda

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menino só


cavalinhos mágicos


sonho cor de prata

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asa partida


cristal diáfano


hoje não posso voar

9 comentários:

  1. Um jardim de haicais de Lírica... Lindos.

    Também me passam serenidade, Hilton.

    Abraços!

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  2. MUITO bom de se ler!
    Esvoaça, Lírica!

    Bjo.

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  3. "hoje naõ posso voar"....ai que lindo esses hai cais.

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  4. Bem Hilton, este foi um belo presente !
    Muito obrigada pelo teu carinho!

    Nydia, Talita e Adriana
    Vocês são muito amorosas comigo :)
    Mtº obrigada!
    bj

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  5. Quero agradecer a presença de todos aqui no Poesia Diversa. E Lírica, é uma honra publicar seus haicais, assim como da Nydia. Um grande abraço fraterno a todos!

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  6. maravilha de haicais, são lindos - adoro essa conexão homem natureza na poética. Beijos!

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