quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

JOÃO CABRAL DE MELO NETO: POEMA




A GIRALDA




Sevilha de noite: a Giralda,

iluminada, dá a lição

de sua elegância fabulosa,

de incorrigível proporção.



Os cristãos tentaram coroá-la

com peristalgias barrocas;

mas sua proporção é tão certa

que quem a contempla não pousa



nem nas verrugas do barroco,

nem nas curvas quase de cólica:

quem a contempla não as vê,

são como pombas provisórias.



2 comentários:

  1. João Cabral de Melo Neto, um gigante da poesia!

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  2. Admiro muito essa maneira própria de João Cabral fazer descrições. Lindo poema, Hildo!

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