Para as orelhas sem cera
vem com o efeito de um bafo.
Oriunda das entranhas,
assada, esta ária obscena,
sofrendo de pau quebrado,
assola no seu passado.
Ópera bufa molhada,
tatuando a própria nádega,
sai tatu do seu buraco.
Ah! Batuta sem conserto
encurralada na merda
que só do seu verso abunda
nesse papel higiênico
o cacófato é sua bunda.
TUBARÃO
Sempre a comer, crânio insensato,
qual um tirano em seu castelo,
a indigência, monstro, é o seu prato
e seu talher: foice e martelo!
A HERANÇA DO CHE
Mosca, mosquito,
pulga, percevejo,
rato, pernilongo,
sovaco de morcego.
Carrapato, chato,
lacraia, teia,
picada de formiga,
cupim na cumeeira.
Lagarta,
lagartixa sem rabo,
rabo de gata.
Roída por traças
tem poesia,
poesia barata.
QUADRA PÁLIDA
Ludibriando o tom do negro
que aprecia a cor do cobre,
o vermelho, sem vergonha,
é de um branco pouco nobre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário