sábado, 23 de outubro de 2010

BERNARDO LINHARES: EPIGRAMAS II





Arroz Tsé-Tung

Ao tirano chinês, serial killer de oitenta milhões de pessoas, sobretudo poetas. Por aqui ele é adorado, sobretudo por poetas...


Como um dedinho sem verso e prosa,
perfurado pelos micróbios,
um anódino grão de arroz,
pena triste entre dois ovos.


A ANGÚSTIA DA ANGÚSTIA

Na cela de um velho forte
cercou-se à esquerda.
Com sete chaves
trancou-se no cofre.
Engajada num mistério
engole a chave do cemitério.
O que esconde a escondida?
O gozo da morte ou o gozo da vida?

2 comentários:

  1. Caro Hilton,
    Vou comentar aqui porque me identifiquei com este poema. Mas o blog todo está uma beleza.
    Um abraço.

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  2. Livia, obrigado pelas palavras! Esteja sempre presente! Um abraço!

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