domingo, 11 de novembro de 2012

ROMÉRIO RÔMULO: POEMA

 
(Fra. Angélico)
 
 

quanto de mim vale um anjo

quanto de mim vale um anjo
se cada vazio oculto
se traduz por um diabo
na alma cheia de dentes
meus cavalos e pedreiras
minhas glândulas atávicas
os umbrais da minha sede
prontamente se revelam
uns bois de olhos sagrados
me contemplam com seu dorso
de pura dureza vista
nos antanhos já bebidos
são anjos, demônios, roncos
de uma pele atrevida
já pisada de histórias
e pratas não semeadas
quantos deuses me engolem
quantas almas me sufragam
se a avó em ato louco
pôs suas asas sobre mim?

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