domingo, 11 de novembro de 2012

ROMÉRIO RÔMULO: POEMA


(Guignard)
 
 


vila, 1

esta vila é uma verdade
plena de matos e pedras
rica de ouros e águas
espraiados pelos corpos
que ontem se viram escravos
nos atos mais comezinhos
onde cada ponte leva
onde cada água afunda
a memória dos algozes
do ouro por sucumbir
em lanhos, facas, machados
nos próprios ossos das gentes?
quanta carne se abriu
nos cantos desta cidade
que a fizeram roer ossos
e quebrar-se pelas pedras
entremeadas, devotas
com verdes caldos de lama?
o seu corpo é do diabo
a sua alma é fundida!

 

 

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