(Marc Chagall)
EXORTAÇÃO
Procura bem por entre as sombras,
um vestígio sequer daquele
que, entre mil formas imprecisas,
ágil, armava sob mitos
a única via imaginável
na hora furtiva que o raptava.
Procuro no ar, no áspero vento,
na alma das coisas que passaram,
um sinal, um único, nítido,
de algo que, vivo, ainda te fale,
eco de extinta melodia,
sob tanta pátina e cinza.
Ah, procura saber de tudo o
que amor trouxe de imaginário
que dom, que força, que segredo
pulsa nessa hora que foi dele
e, apesar de efêmera, soube
a algo, afinal, de eternidade.
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