(Goya)
TEMOR
Esses momentos breves
De ventura, e em que
um raio doce aclara
Um trecho à tua
tenebrosa vida:
Saboreá-los deves,
Esses momentos de
fugaz ventura.
– Esta é como
esquisita fruta rara,
Por muito rara, muito
apetecida;
Fruta, cujo sainete
pouco dura,
Saboreada com vagar,
embora;
Deleita o gosto,
assim saboreada,
Porém, sofregamente
devorada,
Mata às vezes o louco
que a devora!
Que o teu lábio
sorria
Enquanto a dor sopita
não desperta,
Nem vem do íntimo
gozo que cala
Discreto e receoso,
Nenhum rumor alegre
despertá-la.
Como um vinho
acre-doce, da alegria
Ao saibo às vezes
mescla-se o amargoso
De uma tristeza
incerta
E vaga... Aos tristes
disfarçá-las custa;
Pois, por um só
prazer, mesquinho e raro,
A desventura cobra-se
tão caro,
Que aos tristes o
menor prazer assusta!
amo poesia e so tenho 13 anos/ cultura na tem idade
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